A Assembleia Nacional Francesa (câmara baixa do parlamento) aprovou um projeto de lei que permite que a polícia monitore suspeitos remotamente, ativando remotamente câmeras, microfones e ferramentas de geolocalização nos smartphones e outros dispositivos dos suspeitos.

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Todas essas ações só podem ser realizadas com a sanção de um juiz, além disso, a lei não permite que essas medidas sejam aplicadas a jornalistas, advogados e representantes de outras “profissões delicadas”. Tais medidas são permitidas apenas em determinados casos e são introduzidas por até seis meses – o rastreamento por geolocalização é aplicado apenas aos suspeitos de crimes para os quais está prevista pena de pelo menos cinco anos de prisão. O projeto de lei já havia sido aprovado no Senado (câmara alta do parlamento), mas para entrar em vigor precisava da aprovação da Assembleia Nacional.

A iniciativa alarmou muito os defensores das liberdades civis. Ressaltam que o documento não especifica as listas de crimes suspeitos que podem estar sujeitos a esse tipo de perseguição, o que significa que abusos não estão descartados. A história mostra que a barreira para a aplicação de tais medidas tende a diminuir: por exemplo, se antes o registro genético era aplicado apenas para pessoas que cometeram crimes na esfera íntima, agora é praticado para a maioria dos crimes, observam os ativistas de direitos humanos. Além disso, a capacidade de usar funções de rastreamento depende de vulnerabilidades nas plataformas de software do dispositivo. Existe o risco de que a aplicação da lei simplesmente explore falhas de segurança em gadgets em vez de apontar erros para os fabricantes.

O ministro da Justiça francês, Éric Dupond-Moretti, assegurou que os novos poderes só serão usados ​​pelas agências de aplicação da lei em “dezenas” de casos por ano – uma iniciativa, disse ele, “distante” da total vigilância orwelliana. O político está confiante de que a nova lei salvará a vida das pessoas.

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