A Meta* Platforms está sob pressão renovada dos reguladores dos EUA quando um tribunal federal na Califórnia começa a ouvir uma ação da Federal Trade Commission (FTC) que está contestando o direito da empresa de adquirir a startup VR Within, que desenvolve um aplicativo de fitness. A agência acredita que a compra permitirá à Meta* dominar o mercado emergente de soluções de RV.
A FTC alega que a Meta* abandonou seus planos de desenvolver um aplicativo de fitness de realidade virtual, optando por simplesmente assumir a startup Within e seu produto Supernatural. Especialistas dizem que este é um movimento histórico para a FTC, já que a proibição da compra do Within forçará a Meta* a criar seu próprio software que competirá regularmente com o aplicativo Supernatural.
A FTC entrou com uma ação em julho, acusando a empresa de pretender criar um monopólio de realidade virtual da mesma forma que o Facebook* comprou o Instagram* e o WhatsApp, o que lhe permitiu fortalecer sua posição dominante no segmento de redes sociais. No caso da Within, pela primeira vez, o regulador atua preventivamente na Meta*.
Embora a transição da Meta* (anteriormente Facebook*) para o metaverso não seja tão rápida ou suave quanto sua administração gostaria, a empresa está dando passos importantes ao longo do caminho, e seus headsets Quest são dispositivos VR sob demanda com uma participação de mercado de 74%, de acordo com o terceiro trimestre de 2022. A expectativa é que a decisão sobre a permissão ou proibição da venda do Studio Within seja tomada pela Justiça ainda neste ano. Os processos judiciais indicam que a Meta* está disposta a renunciar à compra se o tribunal ficar do lado da FTC.
A Meta* disse acreditar que o testemunho fará com que o tribunal entenda que a aquisição da Within será um benefício para as pessoas, desenvolvedores e a indústria de realidade virtual, e que o processo da FTC é baseado em “ideologia e especulação”, não em evidências.
Especialistas do setor preveem que a FTC terá dificuldade em vencer o processo. Em sua ação, o regulador se baseia em antigos processos judiciais da década de 1970, nos quais as leis antitruste foram usadas para proibir transações com potencial para afetar a concorrência. Segundo analistas, a FTC quer não apenas vencer o processo, mas também voltar à velha prática.
Meta* defende que a realidade virtual continua sendo uma indústria muito dinâmica e altamente competitiva, lembrando que Sony, ByteDance e outros players do mercado possuem seus próprios headsets. A empresa também afirma que existem algumas opções de condicionamento físico para usuários fora da realidade virtual. Ela pretende trazer testemunhas da Nike, Peloton Interactive e Equinox Media, que produz uma bicicleta conectada e um aplicativo usado por sua própria empresa de fitness, a SoulCycle.
* Está incluída na lista de associações públicas e organizações religiosas em relação às quais o tribunal proferiu decisão final de liquidação ou proibição de atividades com base na Lei Federal nº 114-FZ de 25 de julho de 2002 “No combate a extremistas atividade”.