O Gabinete do Inspetor Geral da NASA auditou um pedido para o ML-2 Mobile Launcher, que será usado para lançar o veículo de lançamento SLS Block 1B na missão Artemis IV. A auditoria revelou derrapagens significativas de contratos e atrasos catastróficos. Isso levará a uma interrupção no cronograma do programa lunar americano por anos e ninguém quer admitir culpa.

Fonte da imagem: NASA/David Zeiters

O lançador é necessário para entregar o foguete do hangar à plataforma de lançamento, e o lançamento é feito diretamente a partir dele. O míssil SLS Block 1B será maior que os anteriores, portanto, o lançador móvel atual não é adequado para ele e houve problemas com o novo. Em junho de 2019, a NASA concedeu à Bechtel um contrato de US$ 383 milhões para projetar e construir o ML-2 para entrega à NASA em março de 2023. Em março deste ano, o valor do contrato havia subido para US$ 460,3 milhões devido a “mudanças causadas por ações governamentais”, que também adiaram a entrega da plataforma móvel para janeiro de 2024.

Mas os problemas não pararam por aí. A auditoria mostrou que, em fevereiro de 2022, já são necessários US$ 960,1 milhões para concluir o trabalho, o que representa 2,5 vezes o custo original do contrato. Os prazos também foram adiados novamente – até outubro de 2025. Levando em conta os testes e outros trabalhos, levará mais um ano para colocar a planta em operação. Ao mesmo tempo, a análise da situação com um determinado critério do nível de confiança mostrou que a probabilidade de concluir o projeto no prazo com o financiamento estabelecido é de apenas 3,9%. Traduzido em linguagem comum, isso significa que o cronograma não será observado e será necessário ainda mais dinheiro.

Uma análise independente mostrou que a criação da unidade móvel ML-2 custará pelo menos US$ 1,5 bilhão, ou quatro vezes o contrato original, e não será concluída antes de novembro de 2027. Assim, a missão Artemis IV, durante a qual está previsto o envio de uma tripulação de quatro astronautas para a estação circumlunar Gateway em construção em 2027, não ocorrerá antes do final de 2028.

A auditoria atribuiu grande parte da culpa pelos excessos de custos à Bechtel. Mais de 70% dos aumentos de custos e 60% dos atrasos no cronograma são “atribuíveis ao baixo desempenho do contratado”, diz o relatório. O empreiteiro subestimou significativamente o custo de equipamentos e materiais, bem como os custos de mão de obra.

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