A AMD, durante o relatório trimestral de ontem, falou sobre a preparação de processadores que integram matrizes FPGA – os primeiros desses produtos aparecerão já em 2023. Tais chips proporcionarão melhor desempenho em tarefas relacionadas à inteligência artificial. Eles serão usados em data centers e servidores.
A AMD adquiriu recentemente a Xilinx, um dos maiores desenvolvedores de FPGA, por várias dezenas de bilhões de dólares, então o aparecimento de EPYCs incomuns com matrizes programáveis embutidas poderia ser esperado.
A decisão da AMD de criar processadores com FPGAs integrados não é totalmente nova. A Intel já tentou criar esses chips depois de comprar a Altera no final de 2015. A Intel anunciou o trabalho em uma CPU com uma matriz programável incorporada em 2014 e até exibiu um chip de teste. No entanto, no final, esses chips surgiram de forma experimental limitada e, com o tempo, o projeto parou.
A AMD ainda não revelou detalhes sobre suas CPUs FPGA, mas as patentes da empresa sugerem que a integração de FPGAs no mesmo substrato com núcleos de processador pode ser feita de várias maneiras.
Enquanto a Intel usou pistas PCIe padrão e o barramento QPI para conectar seu chip FPGA à CPU, a AMD está analisando opções de layout 3D. Uma opção envolve colocar uma matriz FPGA acima do chiplet com núcleos de processador, semelhante a como os cristais 3D V-Cache adicionais são instalados nos chips EPYC Milan-X e Ryzen 7 5800X3D. Mas, neste caso, os dois cristais se aquecerão e, consequentemente, poderão oferecer frequências mais baixas. Portanto, a segunda opção parece muito melhor – a AMD pode instalar um FPGA em cima de um cristal com interfaces de E/S.
Na verdade, a AMD tem muitas outras opções de como usar o FPGA. Eles podem ser colocados no próprio processador textolite, como chiplets comuns com núcleos de CPU. A AMD também tem a oportunidade de oferecer aos clientes soluções semi-personalizadas não padronizadas, montadas a partir de chips de CPU e FPGA conforme sua solicitação. Outros tipos de chiplets podem ser adicionados lá, desde GPUs e DPUs até DSPs específicos e até ASICs.
Ainda assim, a AMD é famosa por suas soluções semi-personalizadas, e a demanda por chips personalizados no setor de data center só está crescendo. Portanto, as novas propostas da AMD nessa área têm todas as chances de sucesso. Vamos acrescentar que a AMD ainda pode e certamente lançará aceleradores discretos baseados em FPGA – tais soluções estão há muito tempo na linha Xilinx.
No geral, a decisão da AMD de oferecer FPGAs para IA pode dar à empresa uma vantagem sobre a NVIDIA e a Intel. Os últimos oferecem soluções mais ou menos universais para IA, enquanto os FPGAs podem ser mais ajustados para realizar tarefas específicas e, se necessário, reconfigurados para outras tarefas. Mas, como sempre, o componente do programa terá um papel fundamental. E a gerência da AMD confirmou que a empresa usará a experiência em software da Xilinx para otimizar a pilha de software personalizada.